Tempos de Escola Cora Coralina A Escola da Mestra Silvina Minha escola primária... Escola antiga de antiga mestra. Repartida em dois períodos para a mesma meninada, das 8 às 11, da 1 às 4. Nem recreio, nem exames. Nem notas, nem férias. Sem cânticos, sem merenda... Digo mal — sempre havia distribuídos alguns bolos de palmatória... A granel? Não, que a Mestra era boa, velha, cansada, aposentada. Tinha já ensinado a uma geração antes da minha. A gente chegava "— Bença, Mestra." Sentava em bancos compridos, escorridos, sem encosto. Lia alto lições de rotina: o velho abecedário, lição salteada. Aprendia a soletrar. Vinham depois: Primeiro, segundo, terceiro e quarto livros do erudito pedagogo Abílio César Borges — Barão de Macaúbas. E as máximas sapientes do Marquês de Maricá. (...) Num prego de forja, saliente na parede, estirava-se a palmatória. Porta de dentro abrindo numa alcova escura. Um velhíssimo armário. Cana